No texto de hoje vou falar com você sobre o autoconhecimento, autotoque (masturbação) e exploração de todo seu corpo que são fundamentais para uma sexualidade saudável.
Você mulher, assim como eu, deve ter sido criada muito reprimida, principalmente quando o assunto era sexo, tópico proibido, já mulheres não poderiam falar sobre isso e não tinham orientação correta sobre este tema.
Mais de 50% das mulheres tem redução no desejo sexual ou nunca vivenciaram um orgasmo, pois o prazer feminino ainda é mito envolto em tabus preconceitos. Muitas mulheres nunca se tocaram e nem sabem do que gostam ou não na hora que estão com seus parceiros.
Quando a mulher não sabe onde gosta ou não se ser tocada, é sinal de que ela não costuma se tocar e não conhece seu próprio corpo.
Para que todos esses mitos e tabus sejam desconstruídos. não será do dia para noite. Atualmente houve uma melhora, após a mulher começar a lutar pelos seus direitos com os movimentos feministas. Com a chegada da pílula anticoncepcional, a mulher percebeu que poderia ter prazer.
A sexualidade afeta diretamente a qualidade de vida da mulher e de seu parceiro.
Dos tabus, um dos principais é o autotoque (masturbação). Cerca de 40% das mulheres nunca tocaram seu próprio corpo, pois é algo que ela não se sente à vontade. Para que possa explorar seus pontos de prazer (zonas erógenas) e descobrir do que precisa para atingir o orgasmo, é fundamental tocar o próprio corpo.
Outro tabu importante é sobre a vulva, principalmente quanto a sua aparência e cheiro, já que muitas mulheres ficam envergonhadas por causa da cobrança de que é necessário atender a um padrão de beleza do corpo perfeito.
Muitas mulheres se queixam que não conseguem atingir o orgasmo e que tem o desejo sexual reduzido. Cerca de 20% das mulheres nunca atingiram o orgasmo, e desse percentual, 99% delas nunca se tocaram, nunca praticaram o autotoque. Há uma falta de educação sexual, o que impede que a mulher tenha mais prazer e se permita mais quanto o assunto é sexo.
A educação sexual é primordial para que a mulher aprenda a explorar todo seu potencial orgástico, entenda seu ciclo de resposta sexual, seus pontos de prazer que serão os gatilhos da sua excitação, e é muito importante se conversar sem tabus e preconceitos sobre sexualidade, educando assim sobre a realidade deste tema.
Nós mulheres somos cíclicas e é necessário que tenhamos conhecimento sobre os efeitos da menstruação sobre o nosso corpo: alterações físicas, de humor, emocionais, as secreções vaginais estão normais para cada período, para cuidarmos da nossa saúde íntima. Nosso corpo nos mostra sinais, precisamos estar atentas.
Quando falamos de sexo, é muito importante saber que não devemos focar apenas na parte genital. O corpo todo tem pontos de prazer, não somente o órgão genital feminino ou masculino. Temos um potencial orgástico enorme se soubermos explorar o nosso corpo e o de nosso parceiro.
O autotoque é um ato de autocuidado e autoconhecimento. Ele pode ser usado como ferramenta de autodescoberta e para aumentar o desejo e intimidade com o parceiro. Se tocar ajuda a relaxar, melhora o sono, produz hormônios do prazer, e pode ser uma válvula d escape quando se está sem um parceiro por perto.
O autotoque é uma importante ferramenta para que a mulher se empodere do seu próprio prazer e não o terceirize. Você mulher pode ser a peça principal da sua relação sexual e não somente a coadjuvante na hora H. Participe mais, seja mais ativa, tenha e proporcione muito mais prazer!
Ame-se, cuide-se e permita-se.
Juliana Graça, consultora em saúde e educação sexual, sexóloga e pós-graduada em terapia sexual na saúde e na educação
Instagram: www.instagram.com/julianangraca
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