Todo mundo precisa de amor para viver, aliás, precisamos de amor para nascer. Uma mulher entra em trabalho de parto apenas quando seu corpo produz ocitocina, conhecido como hormônio do amor. A ocitocina age estimulando as contrações uterinas de forma regulada e abrindo o colo do útero, para facilitar a passagem do bebê pelo canal vaginal.
Após o nascimento do bebê, a ocitocina continua agindo no organismo da mulher, nas contrações uterinas, para diminuir a hemorragia. Pense em uma época que não existia cesariana e nem medicamentos à base de ocitocina sintética para induzir o parto. Qual a única forma de uma vida nascer? Através da produção de ocitocina, ou seja, do amor.
O amor é a maior busca da humanidade, a razão para tudo. Vamos pensar no amor de uma forma um pouco mais racional agora.
Os dois grandes mandamentos escritos no livro sagrado dizem: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.” Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Desde aqui o amor já era a chave.
Na pirâmide de Maslow, ou Hierarquia das necessidades de Maslow, a estima aparece na quarta categoria das necessidades humanas. Criada pelo psicólogo norte-americano Abraham H. Maslow na década de 1950, é uma teoria que organiza as necessidades humanas conforme sua prioridade, das mais básicas às mais complexas.
Segundo Maslow, um indivíduo só sente o desejo de satisfazer a necessidade de um próximo estágio se a do nível anterior estiver sanada, portanto, a motivação para realizar estes desejos vem de forma gradual.
A estima é a necessidade de nos sentirmos dignos, autoconfiantes, independentes, autónomos, apreciados, respeitados por nós e pelos outros, com prestígio, reconhecimento, poder, orgulho. Inclui também o desejo de ser bom em alguma atividade e necessidades de autoestima.
Estas necessidades passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos e são motivadas por uma necessidade de prestígio e reputação.
Quando estas necessidades não são satisfeitas geralmente há queixas, em sua maioria,à perda de dignidade, à ameaça ao prestígio, à autoestima e à estima vinda dos outros. Os desejos estão orientados para a realização de algo, para ter competência, para ter status, alegria, atenção, importância, apreciação e a necessidade de confiar e de ser alguém no mundo.
Nós como seres humanos sempre iremos esperar amor, reconhecimento e valorização do outro, como Maslow mostra acima. Isso faz parte da nossa natureza humana, e tá tudo bem. Mas querer ser amada é diferente de depender do amor de alguém, querer ser valorizada é diferente de depender da valorização de alguém. Querer é diferente de depender, e não há nada de errado em querer.
O erro é depender, porque por mais que o outro tente, é muito difícil amar uma pessoa que não se ama, valorizar uma pessoa que não reconhece seu valor, porque ela não reconhece e valida o amor do outro, o elogio, a valorização – ela está vazia disso - por isso, por mais que nós temos a necessidade de sermos amadas pelo outro, é impossível que isso aconteça sem antes fazermos por nós. Quanto mais você se amar e reconhecer seu valor, mais se sentirá merecedora de receber isso das pessoas.
Juliana Graça é consultora em saúde e educação sexual, sexóloga e pós-graduada em terapia sexual na saúde e na educação
Instagram: www.instagram.com/julianangraca
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