24°C 29°C
Vitória, ES
Publicidade

Estudo da Fiocruz aponta desigualdades no acesso ao parto hospitalar

Gestantes do Norte enfrentam distâncias maiores para dar à luz

13/02/2025 às 17h41
Por: Redação ES 24 HORAS Fonte: Agência Brasil
Compartilhe:
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo dos pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) reforça a existência de desigualdades no acesso ao parto hospitalar no Brasil. Foram mapeados 6,9 milhões de partos em dois períodos distintos: em 2010-2011 e 2018-2019.

O artigo publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas mostra que, no biênio 2018-2019, uma em cada quatro mulheres (27,3%) precisou sair do município em que vivia para dar à luz em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). No período anterior de comparação, em 2010-2011, esse percentual tinha sido de 23,6%.

A distância e o tempo de viagem também cresceram, 31,1% e 33,6, respectivamente. O deslocamento médio era de 54 quilômetros (km) e passou a ser de 70,8 km. A duração média das viagens passou de 63,1 minutos para 84,3 minutos. O estudo reforça que a questão geográfica, relativa à dificuldade de acesso aos hospitais, pode ter impactos negativos na saúde de gestantes e bebês.

Com participação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o levantamento usou dados agregados nacionais do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS.

O texto destaca que o problema é desigual e afeta as regiões de maneira diferente. Gestantes que vivem no Norte enfrentam maiores distâncias (133,4 km) e mais tempo de viagem (355 minutos). Na sequência, vêm Centro-Oeste (104,4 km e 95 minutos), Nordeste (68,6 km e 65 minutos), Sudeste (55,9 km e 52 minutos) e Sul (54,8 km e 52 minutos).

A coordenadora do estudo, Bruna Fonseca, explica que há desafios para promover o acesso adequado a uma rede obstétrica regionalizada.

“Embora algumas políticas busquem reduzir a distância de viagem, elas não definem referências específicas para o que é de fato a distância e o tempo aceitável para dar à luz”, diz Bruna.

“A regulamentação atual estipula uma taxa de 0,28 leito obstétrico para cada mil habitantes dependentes do SUS, mas existem muitas diferenças regionais – tanto etária, como nas taxas de fecundidade e nas práticas de parto hospitalar ou domiciliar. É importante que as políticas deem conta dessa heterogeneidade dos territórios existentes no Brasil”, completa.

Segundo o estudo, mulheres que enfrentaram óbito materno e/ou neonatal viajaram por distâncias e tempos maiores para dar à luz no SUS.

Enquanto mulheres com resultados normais viajaram 74,9 km e 85 minutos, as que tiveram problemas no parto viajaram 94 km e 100,9 min no último biênio analisado (2018-2019) pela pesquisa.

“Isso sugere que a distância e o tempo de viagem podem ser potenciais fatores de risco para mães e recém-nascidos, mas existem outros fatores a serem considerados, tal como o estado de saúde da gestante, a infraestrutura hospitalar ou o acesso ao pré-natal. Em análises futuras, o uso de técnicas multivariadas se mostra fundamental para entender melhor como diferentes fatores, além do tempo e da distância, contribuem para resultados maternos e neonatais adversos”, diz Bruna Fonseca.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Vitória, ES
25°
Tempo nublado

Mín. 24° Máx. 29°

26° Sensação
1.54km/h Vento
83% Umidade
73% (0.42mm) Chance de chuva
05h43 Nascer do sol
05h56 Pôr do sol
Seg 28° 24°
Ter 28° 24°
Qua 30° 24°
Qui 29° 24°
Sex ° °
Atualizado às 23h11
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,74 -0,08%
Euro
R$ 6,25 +0,03%
Peso Argentino
R$ 0,01 +0,00%
Bitcoin
R$ 512,893,30 +0,06%
Ibovespa
128,957,09 pts 2.64%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias